Às vésperas de completar dois anos, o Yaônilé se prepara para a maratona desta quinta, 08 de dezembro. Dançamos pela manhã na 29ª Lavagem da Conceição (com saída da Colina do Santo Antônio, às 9h) e à noite com o Afoxé Akueran (Orla de Atalaia – a partir das 19h). Ainda na quinta, às 22h, embarcamos para o Ceará em nossa primeira viagem interestadual! Abaixo você confere a íntegra da entrevista do nosso diretor, Dan Aguiar, à jornalista Fernanda Araújo, do site de notícias F5News.
Por quê Yaônilé Cia de Dança?
O termo 'Yaônilé' é o resultado da fusão de duas outras palavras do dicionário yorubá: YAÔ - que quer dizer 'iniciado' e ONILÉ que, pela mitologia africana, seria a Mãe Terra. No final temos Yaônilé - 'iniciados pela terra' ou, 'Filhos da Terra'. Cia de dança afro e negra contemporânea Brasileira pela abertura à sociedade que é nossa proposta matriz. Afro e negra contemporânea pela própria concepção coreográfica que não se limita a mostrar apenas a dança mas também a influência que essas forças exercem sobre seus filhos, através dos movimentos. E brasileira porque, antes de tudo, essa é a nossa terra e temos orgulho em ser brasileiros.
A maioria são alunos negros? Por que?
Não segregamos pela cor, até porque a negritude está no sangue. Somos todos filhos de uma mesma África negra, independente da cor que hoje o espelho nos mostra. Brancos, indíos, amarelos, negros, enfim... Somos todos filhos da terra.
Vocês já passaram por preconceito?
Sim. Mas nada que comprometa a performance, pelo contrário. Nos inspiramos na arte pra combater o preconceito.
É a primeira vez que vocês viajam em apresentação?
Há quanto tempo o grupo existe?
Completaremos dois anos no próximo dia 08 de dezembro. E com muitos motivos pra festejar. Só nesse período foram 26 apresentações!
Qual o estilo do grupo?
Nascemos com a proposta de mostrar os ritmos afrobrasileiros de uma forma diferenciada. O trabalho de 3 anos que desenvolvi como voluntário no Colégio Atheneu, a convite da Prof. Clélia, me possibilitou delinear uma nova plataforma de inserção desses ritmos no cenário cultural, primando pelo visual e pela beleza das manifestações. E essa abordagem foi aprimorada no Yaônilé, de forma a alinhar o movimento, a rítmica e a expressão em um só momento que, repetidas vezes, transmitem o encanto e a magia que nascemos para mostrar.
Como tudo começou?
Após os 3 anos de voluntariado, aos quais me referi anteriormente, percebi que as possibilidades de crescimento e aprofundamento do trabalho eram grandes, mas não ali. Resolvi montar uma Cia aberta, acessível à toda sociedade, que é o Yaônilé.
Muitas dificuldades?
A falta de um espaço próprio atravanca muito nosso desenvolvimento. Mas não vamos parar. Enquanto o espaço não rola, estamos utilizamos os equipamentos públicos disponíveis que atendem, à sua maneira, parte dessa necessidade. Outra dificuldade é a falta de patrocínio. Quem já teve a oportunidade de assistir a uma de nossas apresentações conhece a riqueza se detalhes do nosso figurino e dos acessórios cênicos que incrementam as danças. Tudo isso tem um custo que, a duras penas, estamos mantendo.
Quem compõe o grupo de vocês? São alunos de universidades e escolas públicas e particulares? Vocês pretendem abrir espaço para novos dançarinos? (Eu me candidato!)
Atualmente, a Cia mantém boa parte de sua formação original. 21 jovens e adolescentes da rede pública que, há quase 5 anos, trabalham nessa área comigo. E a integração não acontece apenas para o ensaio, mas para o estudo, o diálogo, a resolução de problemas. Nesse período comemoramos a entrada de 7 dos nossos integrantes na universade. E quanto à sua candidatura, está aceita!
Para onde será a viagem?
Qual será o tema da apresentação de vocês?
Há dois anos trabalhamos a dança dos orixás que é o nosso carro-chefe. Por conta dos cortejos que realizamos no dia 08 de dezembro, começamos produções coreográficas com o afoxé de rua e, para o Ceará, estaremos estreiando nossa primeira peça de samba reggae em homenagem ao povo das águas, aos que tem alma de jangadeiro.
Qual a expectativa para a apresentação?
Estamos radiantes! É a primeira vezbqie saímos do estado. Além de estender o alcance do nosso trabalho, poderemos fazê-lo em um local como Flecheiras, onde a natureza dá um show incrível de beleza. Ter a oportunidade de conhecer um grande empreendimento hoteleiro que homenageia os Orixás, como é o Orixás Club, e a interação entre os outros grupos que lá se fizerem presentes. E tudo isso junto ainda não explica a nossa ansiedade e empenho para tornar esse momento inesquecível.
Axé a todos os nossos irmãos!
Deus é tudo acima de todas as coisas!
Olorum Colofé!
Olá, admiro muito o trabalho de vocês, acho sensacional. Queria participar do grupo mas sou de São Paulo, vocês pensam em abrir uma "filial"? . Que Osun e Yemonjá lhe tragam muito asé.
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