sábado, 20 de agosto de 2011

Jardim das Folhas Sagradas - O candomblé no cinema

Um filme sobre a espiritualidade, ecologia e conflitos do cotidiano urbano. Jardim das Folhas Sagradas oferece o debate sobre bissexualidade, intolerância religiosa e preconceitos étnicos, ao mesmo tempo em que expõe nuances do Candomblé e discute a degradação das áreas verdes nas cidades vitimadas pela especulação imobiliária.

É o resultado de um amplo projeto de pesquisa a respeito da religião afro-brasileira. Parte de um conceito analítico, até crítico sobre o Candomblé, e revela detalhes de uma crença pouco conhecida além dos círculos da sua existência. É nítida a espiritualidade dos personagens enquanto vivem dramas cotidianos. Aborda assuntos expostos desde em O Amuleto de Ogum e Tenda dos Milagres (ambos de Nelson Pereira dos Santos) ao filme Barravento, de Glauber Rocha.


Jardim das Folhas Sagradas traz no elenco excelentes atores baianos, desde o conhecido João Miguel (Estômago (2007) e Melhor Ator no Festival do Rio 2005 por Cinema, Aspirinas e Urubus (2005)), aos estreantes no cinema nacional, mas de longa carreira no teatro baiano, a exemplo de Antônio Godi - que encarna o protagonista da trama -, Evelin Buccheger, Sérgio Guedes e atores do Bando de Teatro Olodum. A surpresa fica por conta da participação especial da cantora Mariene de Castro, debutando enquanto atriz.

Além de ter um ator negro enquanto protagonista, Jardim surpreende por abordar um negro como um profissional bem sucedido. O ator Antônio Godi vive o bancário Bonfim, casado com Ângela (Evelin Buchegger) - uma mulher branca e de crença evangélica. Bonfim conserva uma relação homossexual com Castro (João Miguel), mas depois de um acontecimento trágico, bombardeado por sonhos místicos e com a vida de cabeça pra baixo, resolve cumprir uma missão recebida no Candomblé: fundar o terreiro Kosí Euê Kosí Orixá, que em Iorubá significa “sem folha não há orixá”.

O local é afastado da cidade e preserva o contato entre natureza e religião. Porém essa segmentação ecológica enfrenta resistência de setores do próprio Candomblé, já que a maioria das sessões é realizada com o sacrifício de animais, aspecto determinante para que o terreiro permaneça protegido pelos orixás, e cuja desobediência pode trazer consequências funestas. Uma tradição que o moderno terreiro de Bonfim também pretende enfrentar.


Por meio de diversos conflitos, Bonfim experimentará o sabor do amor e do desprezo, da amizade e da traição, compartilhando o aprendizado da força e sabedoria ancestrais do Candomblé para a superação dos obstáculos, numa Salvador marcada pela expansão e especulação imobiliárias.


Jardim das Folhas Sagradas é o primeiro longa-metragem da carreira de Pola Ribeiro, baiano de 55 anos que sempre atuou nas artes visuais. Nele, a discussão social abordada, segundo o diretor de cinema Bernard Attal, “é comum ao negro de Salvador e de Paris”. O filme teve premiére nacional durante o Festival do Rio 2010 e estreia comercial prevista para maio de 2011 em Salvador e Luanda (Angola) simultaneamente.

Para baixar este release clique aqui. Baixe também o PDF com informações do filme em português, inglês e francês. Acompanhe a produção do filme nas redes sociais: Facebook, Twitter, Orkut, Youtube e Blog.

Axé a todos os nossos irmãos!
Deus é tudo acima de todas as coisas!
Olorum Colofé!

Um comentário:

  1. Retificando, atualizando... o filme vai estrear no dia 4 de novembro/2011. Veja tabela de estreias em diversas cidades do Brasil no site atualizado do filme - www.jardimdasfolhassagradas.com

    Ashé

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