sábado, 28 de maio de 2011

Pai Agenor, um homem de fé, sabedoria e força


Chamado de 'O Senhor do Futuro' em artigo da Academia Brasileira de Letras, Agenor Miranda Rocha foi (e continua sendo) uma lenda vida do candomblé no Brasil.

Pai Agenor, como ficou conhecido, nasceu em Luanda – Angola, em 08 de Setembro de 1907. Trazido muito pequeno para o Brasil, foi em Salvador que o jogo de búzios de Mãe Aninha lhe devolveu a vida quando os médicos disseram que ela lhe abandonaria. A extrema dedicação ao candomblé, que sempre permeou a vida de Pai Agenor, fez com que ele se tornasse uma das mais respeitadas personalidades religiosas por todas as lideranças de tradicionais terreiros do Brasil. Foi através dos seus búzios que decidiu-se a sucessão de importantes terreiros: Mãe Senhora e Mãe Menininha do Gantois; Mãe Oké e Mãe Tatá, na Casa Branca do Engenho Velho; Mãe Stella de Oxóssi, no Ilê Axé Opô Afonjá; Mãe Índia, no Terreiro do Bogun (o último grande jogo de sucessão antes de seu falecimento).

Filho de um diplomata com uma cantora lírica, foi professor catedrático, poeta, musicista e cantor lírico seguindo os passos da mãe. Um Vento Sagrado, expressão usada por Agenor Miranda para definir os Orixás, tornou-se também o tema de um documentário (Brasil, 2001, 93min) do diretor Walter Lima com participação de atores como Alessandra Negrini, Ingrid Guimarães e Camila Amado, além da narração de Othon Bastos sobre a vida de Pai Agenor, mostrando inclusive, sua recepção em Roma, pelo Papa. Também tornou-se título de uma biografia escrita por Muniz Sodré e Luiz Filipe de Lima com impressão pela Editora Mauad.

Pai Agenor morreu em 1994, 92 anos após ter sido salvo pelo axé dos orixás. Como bem disse Mãe Menininha do Gantois, "Quem não conhece Agenor, não conhece candomblé".


Axé a todos os nossos irmãos!
Deus é tudo acima de todas as coisas!
Olorum Colofé!

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