domingo, 19 de junho de 2011

Oraniã nasce negro e branco e tem dois pais

Ogum venceu a guerra contra Ogotum.
Do espólio da guerra trouxe sete escravas.
Uma delas era Lacangê, mulher de rara beleza.
Ogum amou-a em segredo, escondendo-a para si.
Mas seus falsos amigos revelaram o segredo a seu pai Odudua.
O pai ordenou a Ogum que trouxesse a escrava à sua presença.
Encantado com ela, Odudua a fez sua esposa.

 

Nove meses depois, Lacangê teve um filho.
O menino deixou a todos espantados.
Do lado direito, tinha a pele negra, como a de Ogum;
do lado esquerdo, a mesma pele alva de Odudua.
Ogum e Odudua entreolharam-se, sem nada dizer.
Esse menino recebeu o nome de Oraniã.
Um dia foi um grande guerreiro,
fundou o reino de Oió e foi pai de Xangô.


[Notas Bibliográficas e Comentários]

Transcrito do livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi publicado pela Cia das Letras, pág 432. Originalmente retirado de Ulli Beier, 1980, pp. 19-20; Pierre Verger, 1957, p. 143 [1999, pp. 340-1]; Verger, 1980, p. 288; Verger, 1981 (b), pp. 18-9; Verger, 1985, p. 28.


Axé a todos os nossos irmãos!
Deus é tudo acima de todas as coisas!
Olorum Colofé!

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