Um dia Xangô passeava a cavalo.
Avistou um palácio e disse:
“Eu vou pra lá”.
Quando chegou, quis saber do porteiro quem era o dono.
“É de Oiá”, respondeu o porteiro.
E Xangô disse: “Eu quero falar com ela”.
O porteiro respondeu que era impossível.
“Mas eu quero falar com ela”, insistiu Xangô.
Então o porteiro foi até Iansã
e contou que lá fora um cavaleiro, um rei, queria vê-la.
Iansã chamou Xangô para dentro,
mas, quando ele fez referência na frente dela,
Iansã imediatamente sentiu o cheiro de carneiro.
Então Xangô perguntou se ela queria ser sua esposa.
Iansã perguntou de que lugar ele vinha
e quis saber qual era a comida que ele comia.
“Curi agbô. Carneiro”, respondeu Xangô.
“Não, eu não quero me casar contigo
porque comes isso que eu detesto.”
Mas Iansã acabou por concordar com o casamento
desde que fosse mantida uma restrição:
toda vez que ele quisesse comer carneiro,
que ele voltasse para sua terra
e por lá ficasse por três meses, antes de regressar.
Xangô aceitou a proposta e eles se casaram.
Casaram-se mas não vivem juntos.
Essa é a razão por que Oxum é concubina de Xangô.
[Notas Bibliográficas e Comentários]
Transcrito do livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi publicado pela Cia das Letras, págs 299-300. Originalmente retirado de Rita Segato, 1995, pp. 390-1.
Axé a todos os nossos irmãos!
Deus é tudo acima de todas as coisas!
Olorum Colofé!
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