sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

3 meses em 1 post!

Desafio difícil! Tanto nos aconteceu nos últimos três meses que até mesmo o tempo de atualizar nosso blog ficou escasso. Vale a dica de nos acompanhar também nas outras redes, pra nunca ficar sem notícias nossas. 

Mas vamos tentar resumir o que rolou com o Yaônilé de outubro pra cá? Vamos lá!

Em outubro recebemos um convite pra lá de especial. Através do nosso amigo Erich Steffen, do Orixás Art Hotel, fomos convidados pela AHTRA – Associação dos Hotéis e Pousadas do Trairi, para participar da sexta edição do Festival das Algas, no Ceará. Olha o convite aí:


Em posse do convite, nos inscrevemos no Edital de Intercâmbio e Difusão Cultural nº 02/2012 da Secretaria de Estado da Cultura. E fomos contemplados! :) A partir daí, a missão foi preparar as malas e o espetáculo para o Ceará sem que, no entanto, deixássemos de cumprir a nossa agenda em Sergipe que também foi extensa. Confira!

Zumbi Vive

No dia 18 de novembro o Yaônilé esteve na cidade de Santo Amaro das Brotas para, pelo segundo ano consecutivo, participar do Movimento Zumbi dos Palmares Vive!. Na ocasião, o nosso diretor, Danilo Aguiar, foi homenageado com o Troféu Zumbi Vive ao lado de outras lideranças estaduais, como o vice prefeito da capital, Silvio Santos. 



Faculdade de Sergipe

No dia 19 de novembro foi a vez da Faculdade de Sergipe receber o nosso espetáculo. Além das danças, o público pode conferir ainda uma palestra do nosso diretor sobre cultura afrobrasileira. Um bate papo descontraído que prendeu a atenção dos alunos e esclareceu dúvidas a respeito de cultura, religião e sincretismo.

Lavagem da Conceição


Pelo terceiro ano consecutivo, o Yaônilé desfilou à frente do Cortejo da Lavagem da Conceição que, este ano, chegou à sua 29ª edição. Fé e devoção que levaram milhares de fiéis à Colina do Santo Antônio para, ao som do Grupo Popular Afoxé Dipreto, desfiar o afoxé de mamãe Oxum até a entrada da Catedral Metropolitana de Aracaju. Até mesmo o Governador do Estado de Sergipe, Marcelo Déda, não se conteve aos encantos da nossa Oxum e posou para esta foto:



Afoxé Akueran – Orla de Atalaia


Menos de 5 horas depois e o Yaônilé estava de volta à avenida. Com o Afoxé Akueran, o Yaônilé desfilou pela Orla de Atalaia saudando os Orixás e cantando para Oxum, a doce Rainha das Águas. Ao som das vozes de Fernando Kassideran, Pierre Odé Ofaguerangi, Michel e Emerson, o cortejo arrastou uma multidão até os arcos da Atalaia. Confira através das fotos de Victor Ribeiro.


E, de lá, o Yaônilé embarcou para o Ceará. Essa aventura você confere em nosso próximo post!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Yaônilé a caminho do Ceará!

Às vésperas de completar dois anos, o Yaônilé se prepara para a maratona desta quinta, 08 de dezembro. Dançamos pela manhã na 29ª Lavagem da Conceição (com saída da Colina do Santo Antônio, às 9h) e à noite com o Afoxé Akueran (Orla de Atalaia – a partir das 19h). Ainda na quinta, às 22h, embarcamos para o Ceará em nossa primeira viagem interestadual! Abaixo você confere a íntegra da entrevista do nosso diretor, Dan Aguiar, à jornalista Fernanda Araújo, do site de notícias F5News.

Por quê Yaônilé Cia de Dança?
O termo 'Yaônilé' é o resultado da fusão de duas outras palavras do dicionário yorubá: YAÔ - que quer dizer 'iniciado' e ONILÉ que, pela mitologia africana, seria a Mãe Terra. No final temos Yaônilé - 'iniciados pela terra' ou, 'Filhos da Terra'. Cia de dança afro e negra contemporânea Brasileira pela abertura à sociedade que é nossa proposta matriz. Afro e negra contemporânea pela própria concepção coreográfica que não se limita a mostrar apenas a dança mas também a influência que essas forças exercem sobre seus filhos, através dos movimentos. E brasileira porque, antes de tudo, essa é a nossa terra e temos orgulho em ser brasileiros.
A maioria são alunos negros? Por que?
Não segregamos pela cor, até porque a negritude está no sangue. Somos todos filhos de uma mesma África negra, independente da cor que hoje o espelho nos mostra. Brancos, indíos, amarelos, negros, enfim... Somos todos filhos da terra.
Vocês já passaram por preconceito?
Sim. Mas nada que comprometa a performance, pelo contrário. Nos inspiramos na arte pra combater o preconceito.
É a primeira vez que vocês viajam em apresentação?
Não. Já fizemos apresentações em Santo Amaro das Brotas e também em Laranjeiras na ocasião do XXXVI Encontro Cultural da cidade.
Há quanto tempo o grupo existe?
Completaremos dois anos no próximo dia 08 de dezembro. E com muitos motivos pra festejar. Só nesse período foram 26 apresentações!
Qual o estilo do grupo?
Nascemos com a proposta de mostrar os ritmos afrobrasileiros de uma forma diferenciada. O trabalho de 3 anos que desenvolvi como voluntário no Colégio Atheneu, a convite da Prof. Clélia, me possibilitou delinear uma nova plataforma de inserção desses ritmos no cenário cultural, primando pelo visual e pela beleza das manifestações.  E essa abordagem foi aprimorada no Yaônilé, de forma a alinhar o movimento, a rítmica e a expressão em um só momento que, repetidas vezes, transmitem o encanto e a magia que nascemos para mostrar.
Como tudo começou?
Após os 3 anos de voluntariado, aos quais me referi anteriormente, percebi que as possibilidades de crescimento e aprofundamento do trabalho eram grandes, mas não ali. Resolvi montar uma Cia aberta, acessível à toda sociedade, que é o Yaônilé.
Muitas dificuldades?
A falta de um espaço próprio atravanca muito nosso desenvolvimento. Mas não vamos parar. Enquanto o espaço não rola, estamos utilizamos os equipamentos públicos disponíveis que atendem, à sua maneira, parte dessa necessidade. Outra dificuldade é a falta de patrocínio. Quem já teve a oportunidade de assistir a uma de nossas apresentações conhece a riqueza se detalhes do nosso figurino e dos acessórios cênicos que incrementam as danças. Tudo isso tem um custo que, a duras penas, estamos mantendo.
Quem compõe o grupo de vocês? São alunos de universidades e escolas públicas e particulares? Vocês pretendem abrir espaço para novos dançarinos? (Eu me candidato!)
Atualmente, a Cia mantém boa parte de sua formação original. 21 jovens e adolescentes da rede pública que, há quase 5 anos, trabalham nessa área comigo. E a integração não acontece apenas para o ensaio, mas para o estudo, o diálogo, a resolução de problemas. Nesse período comemoramos a entrada de 7 dos nossos integrantes na universade. E quanto à sua candidatura, está aceita!
Para onde será a viagem?
Estamos seguindo para o Ceará, mais precisamente para o Trairi, distrito paradisíaco do município de Flecheiras, a 120km de Fortaleza. Lá participaremos da sexta edição do Festival das Algas. O grupo foi contemplado pelo Edital de Intercâmbio e Difusão Cultural n° 02/12 da Secretaria de Estado da Cultura de Sergipe, o que possibilitou boa parte dos recursos para a viagem. Por isso, os nossos agradecimentos. A viagem do grupo também contempla uma ação em homenagem ao decreto da Onu que fez de 2011, o Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes.
Qual será o tema da apresentação de vocês?
Há dois anos trabalhamos a dança dos orixás que é o nosso carro-chefe. Por conta dos cortejos que realizamos no dia 08 de dezembro, começamos produções coreográficas com o afoxé de rua e, para o Ceará, estaremos estreiando nossa primeira peça de samba reggae em homenagem ao povo das águas, aos que tem alma de jangadeiro.
Qual a expectativa para a apresentação?
Estamos radiantes! É a primeira vezbqie saímos do estado. Além de estender o alcance do nosso trabalho, poderemos fazê-lo em um local como Flecheiras, onde a natureza dá um show incrível de beleza. Ter a oportunidade de conhecer um grande empreendimento hoteleiro que homenageia os Orixás, como é o Orixás Club, e a interação entre os outros grupos que lá se fizerem presentes. E tudo isso junto ainda não explica a nossa ansiedade e empenho para tornar esse momento inesquecível.

Axé a todos os nossos irmãos!
Deus é tudo acima de todas as coisas!
Olorum Colofé!


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Yaônilé e Akueran: cultura afrobrasileira VIVA!


A cultura é a alma do povo. É o produto genuíno do conjunto de suas histórias, lutas e amores. Tudo acontece entre nós, de maneira natural e fluida. E esse ciclo nunca pode morrer. É na rua que somos entidades, reis, rainhas e escravos. Somos a plebe destemida, cientes de nossa condição e insatisfeitos com ela. Mas temos orgulho e isso ninguém tira. Temos vontade e isso nunca passa. Temos beleza e isso você vê.

 

Yaônilé em Laranjeiras | Foto: Felipe Machado

Ao primeiro toque do atabaque, algo muda. É um processo iniciado. Na resposta do agogô o corpo é levado pela cadência, balançando no compasso vamos desenhando os traços da resistência, religiosidade e ancestralidade da nossa gente. Tocando o chão do passado, dançamos e cantamos para celebrar e reverenciar as forças que nos acompanham ao futuro. Não há mais chibata, surra no tronco ou altares destruídos. Mas temos algemas, e das piores. Dessas que machucam silenciosamente, veladas por uma sombra que ainda não conseguimos dissipar. Ainda!

O respeito à cultura mantém viva a herança de uma nação. A soberania das manifestações populares frente ao chamado 'mundo globalizado' não pode morrer. É para isso que nascemos e é por isso que nunca iremos morrer!


Confiram o vídeo da nossa apresentação com o Afoxé Akueran no XXXVI Encontro Cultural de Laranjeiras - SE.


Créditos para o canal techbuilderbrasil.


Axé a todos os nossos irmãos!
Deus é tudo acima de todas as coisas!
Olorum Colofé!