sexta-feira, 31 de maio de 2013

Yaônilé em Itabaiana: um dia que entrou para a história!

Fomos recebidos com muito carinho no Ilê Axé Dematá Caboclo Urubatan Ni'Sahara
Esta quinta, 30, foi um dia muito especial para nós. Saímos de Aracaju às 7h da manhã com destino a Itabaiana, distante 58km da capital. O destino? Ilê Axé Dematá Caboclo Urubatan Ni' Sahara, casa da qual o nosso diretor Dan Aguiar é filho. Nós reservamos o dia para um bate papo com o Babalorixá Pierre Paulino sobre os orixás, objetos de estudo do nosso novo espetáculo, e, pela segunda vez, tivemos a honra de ter uma aula com o mestre Everaldo Pereira, um dos grandes nomes da dança no mundo. 

Pierre falou sobre os orixás, suas origens e principais características. Um a um, fomos conhecendo um pouco mais dos deuses que compõem o panteão de divindades afro-brasileiras. Pra finalizar, o nosso grande incentivador Tony Almeida nos brindou com um delicioso almoço e uma tarde de muita música, alegria e confraternização. A percussão ficou por conta do talento de Allan Moncorvo!
Allan Moncorvo comanda a percussão
Saímos de lá com gostinho de quero MUITO mais! Uma calorosa recepção que não será esquecida. Confiram algumas imagens:

Everaldo Pereira comandou mais uma aula...
...e fez todo mundo suar!
Força, galera! ;)
Os orixás em pauta - Palestra com o Babalorixá Pierre Paulino
Depois foi servido um farto almoço com destaque para o Omolocum delicioso!

Axé a todos os nossos irmãos!
Deus é tudo acima de todas as coisas!
Olorum Colofé!

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Yaônilé recebe o mestre-coreógrafo Everaldo Pereira


Acontece neste sábado, 25, às 14h, na sala de Dança do Teatro Lourival Batista, um grande ensaio da Yaônilé Cia de Dança Afro e NegraContemporânea Brasileira com o bailarino sergipano, radicado em Londres, o mestre-coreógrafo Everaldo Pereira. A percussão fica por conta dos grandes musicistas Allan Moncorvo e Pedrinho Mendonça.


Everaldo Pereira é o fundador e coreógrafo da sua própria companhia de dança contemporânea, Nutempo. Ele coreografou e executou muitas de suas obras no Brasil, em Londres e em toda a Europa. Atuou na produção londrina do clássico "The Lion King" – O Rei Leão. Everaldo já se apresentou em uma variedade de locais de prestígio, incluindo o Gran Teatre del Liceu, no Teatro Cochrane, no Royal Court e The Place. Ele também participou do Prêmio Place, Dance Umbrella e resolução. Ele tem colaborado com e realizada por Adma e os afoxés, Willi Dorne e coreógrafo Fleur Darkin. No Brasil, Everaldo organiza o Festival Anual Internacional de Dança Sergipe. Ele também ensina dança em escolas de Aracaju e outras grandes cidades, e tem aulas de dança para carentes e jovens aspirantes a dançarinos.



Por conta do espaço reduzido, o ensaio será realizado apenas com a Cia e alguns convidados. Alguém duvida que vai ser lindo? ;)


sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

3 meses em 1 post!

Desafio difícil! Tanto nos aconteceu nos últimos três meses que até mesmo o tempo de atualizar nosso blog ficou escasso. Vale a dica de nos acompanhar também nas outras redes, pra nunca ficar sem notícias nossas. 

Mas vamos tentar resumir o que rolou com o Yaônilé de outubro pra cá? Vamos lá!

Em outubro recebemos um convite pra lá de especial. Através do nosso amigo Erich Steffen, do Orixás Art Hotel, fomos convidados pela AHTRA – Associação dos Hotéis e Pousadas do Trairi, para participar da sexta edição do Festival das Algas, no Ceará. Olha o convite aí:


Em posse do convite, nos inscrevemos no Edital de Intercâmbio e Difusão Cultural nº 02/2012 da Secretaria de Estado da Cultura. E fomos contemplados! :) A partir daí, a missão foi preparar as malas e o espetáculo para o Ceará sem que, no entanto, deixássemos de cumprir a nossa agenda em Sergipe que também foi extensa. Confira!

Zumbi Vive

No dia 18 de novembro o Yaônilé esteve na cidade de Santo Amaro das Brotas para, pelo segundo ano consecutivo, participar do Movimento Zumbi dos Palmares Vive!. Na ocasião, o nosso diretor, Danilo Aguiar, foi homenageado com o Troféu Zumbi Vive ao lado de outras lideranças estaduais, como o vice prefeito da capital, Silvio Santos. 



Faculdade de Sergipe

No dia 19 de novembro foi a vez da Faculdade de Sergipe receber o nosso espetáculo. Além das danças, o público pode conferir ainda uma palestra do nosso diretor sobre cultura afrobrasileira. Um bate papo descontraído que prendeu a atenção dos alunos e esclareceu dúvidas a respeito de cultura, religião e sincretismo.

Lavagem da Conceição


Pelo terceiro ano consecutivo, o Yaônilé desfilou à frente do Cortejo da Lavagem da Conceição que, este ano, chegou à sua 29ª edição. Fé e devoção que levaram milhares de fiéis à Colina do Santo Antônio para, ao som do Grupo Popular Afoxé Dipreto, desfiar o afoxé de mamãe Oxum até a entrada da Catedral Metropolitana de Aracaju. Até mesmo o Governador do Estado de Sergipe, Marcelo Déda, não se conteve aos encantos da nossa Oxum e posou para esta foto:



Afoxé Akueran – Orla de Atalaia


Menos de 5 horas depois e o Yaônilé estava de volta à avenida. Com o Afoxé Akueran, o Yaônilé desfilou pela Orla de Atalaia saudando os Orixás e cantando para Oxum, a doce Rainha das Águas. Ao som das vozes de Fernando Kassideran, Pierre Odé Ofaguerangi, Michel e Emerson, o cortejo arrastou uma multidão até os arcos da Atalaia. Confira através das fotos de Victor Ribeiro.


E, de lá, o Yaônilé embarcou para o Ceará. Essa aventura você confere em nosso próximo post!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Yaônilé a caminho do Ceará!

Às vésperas de completar dois anos, o Yaônilé se prepara para a maratona desta quinta, 08 de dezembro. Dançamos pela manhã na 29ª Lavagem da Conceição (com saída da Colina do Santo Antônio, às 9h) e à noite com o Afoxé Akueran (Orla de Atalaia – a partir das 19h). Ainda na quinta, às 22h, embarcamos para o Ceará em nossa primeira viagem interestadual! Abaixo você confere a íntegra da entrevista do nosso diretor, Dan Aguiar, à jornalista Fernanda Araújo, do site de notícias F5News.

Por quê Yaônilé Cia de Dança?
O termo 'Yaônilé' é o resultado da fusão de duas outras palavras do dicionário yorubá: YAÔ - que quer dizer 'iniciado' e ONILÉ que, pela mitologia africana, seria a Mãe Terra. No final temos Yaônilé - 'iniciados pela terra' ou, 'Filhos da Terra'. Cia de dança afro e negra contemporânea Brasileira pela abertura à sociedade que é nossa proposta matriz. Afro e negra contemporânea pela própria concepção coreográfica que não se limita a mostrar apenas a dança mas também a influência que essas forças exercem sobre seus filhos, através dos movimentos. E brasileira porque, antes de tudo, essa é a nossa terra e temos orgulho em ser brasileiros.
A maioria são alunos negros? Por que?
Não segregamos pela cor, até porque a negritude está no sangue. Somos todos filhos de uma mesma África negra, independente da cor que hoje o espelho nos mostra. Brancos, indíos, amarelos, negros, enfim... Somos todos filhos da terra.
Vocês já passaram por preconceito?
Sim. Mas nada que comprometa a performance, pelo contrário. Nos inspiramos na arte pra combater o preconceito.
É a primeira vez que vocês viajam em apresentação?
Não. Já fizemos apresentações em Santo Amaro das Brotas e também em Laranjeiras na ocasião do XXXVI Encontro Cultural da cidade.
Há quanto tempo o grupo existe?
Completaremos dois anos no próximo dia 08 de dezembro. E com muitos motivos pra festejar. Só nesse período foram 26 apresentações!
Qual o estilo do grupo?
Nascemos com a proposta de mostrar os ritmos afrobrasileiros de uma forma diferenciada. O trabalho de 3 anos que desenvolvi como voluntário no Colégio Atheneu, a convite da Prof. Clélia, me possibilitou delinear uma nova plataforma de inserção desses ritmos no cenário cultural, primando pelo visual e pela beleza das manifestações.  E essa abordagem foi aprimorada no Yaônilé, de forma a alinhar o movimento, a rítmica e a expressão em um só momento que, repetidas vezes, transmitem o encanto e a magia que nascemos para mostrar.
Como tudo começou?
Após os 3 anos de voluntariado, aos quais me referi anteriormente, percebi que as possibilidades de crescimento e aprofundamento do trabalho eram grandes, mas não ali. Resolvi montar uma Cia aberta, acessível à toda sociedade, que é o Yaônilé.
Muitas dificuldades?
A falta de um espaço próprio atravanca muito nosso desenvolvimento. Mas não vamos parar. Enquanto o espaço não rola, estamos utilizamos os equipamentos públicos disponíveis que atendem, à sua maneira, parte dessa necessidade. Outra dificuldade é a falta de patrocínio. Quem já teve a oportunidade de assistir a uma de nossas apresentações conhece a riqueza se detalhes do nosso figurino e dos acessórios cênicos que incrementam as danças. Tudo isso tem um custo que, a duras penas, estamos mantendo.
Quem compõe o grupo de vocês? São alunos de universidades e escolas públicas e particulares? Vocês pretendem abrir espaço para novos dançarinos? (Eu me candidato!)
Atualmente, a Cia mantém boa parte de sua formação original. 21 jovens e adolescentes da rede pública que, há quase 5 anos, trabalham nessa área comigo. E a integração não acontece apenas para o ensaio, mas para o estudo, o diálogo, a resolução de problemas. Nesse período comemoramos a entrada de 7 dos nossos integrantes na universade. E quanto à sua candidatura, está aceita!
Para onde será a viagem?
Estamos seguindo para o Ceará, mais precisamente para o Trairi, distrito paradisíaco do município de Flecheiras, a 120km de Fortaleza. Lá participaremos da sexta edição do Festival das Algas. O grupo foi contemplado pelo Edital de Intercâmbio e Difusão Cultural n° 02/12 da Secretaria de Estado da Cultura de Sergipe, o que possibilitou boa parte dos recursos para a viagem. Por isso, os nossos agradecimentos. A viagem do grupo também contempla uma ação em homenagem ao decreto da Onu que fez de 2011, o Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes.
Qual será o tema da apresentação de vocês?
Há dois anos trabalhamos a dança dos orixás que é o nosso carro-chefe. Por conta dos cortejos que realizamos no dia 08 de dezembro, começamos produções coreográficas com o afoxé de rua e, para o Ceará, estaremos estreiando nossa primeira peça de samba reggae em homenagem ao povo das águas, aos que tem alma de jangadeiro.
Qual a expectativa para a apresentação?
Estamos radiantes! É a primeira vezbqie saímos do estado. Além de estender o alcance do nosso trabalho, poderemos fazê-lo em um local como Flecheiras, onde a natureza dá um show incrível de beleza. Ter a oportunidade de conhecer um grande empreendimento hoteleiro que homenageia os Orixás, como é o Orixás Club, e a interação entre os outros grupos que lá se fizerem presentes. E tudo isso junto ainda não explica a nossa ansiedade e empenho para tornar esse momento inesquecível.

Axé a todos os nossos irmãos!
Deus é tudo acima de todas as coisas!
Olorum Colofé!


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Yaônilé e Akueran: cultura afrobrasileira VIVA!


A cultura é a alma do povo. É o produto genuíno do conjunto de suas histórias, lutas e amores. Tudo acontece entre nós, de maneira natural e fluida. E esse ciclo nunca pode morrer. É na rua que somos entidades, reis, rainhas e escravos. Somos a plebe destemida, cientes de nossa condição e insatisfeitos com ela. Mas temos orgulho e isso ninguém tira. Temos vontade e isso nunca passa. Temos beleza e isso você vê.

 

Yaônilé em Laranjeiras | Foto: Felipe Machado

Ao primeiro toque do atabaque, algo muda. É um processo iniciado. Na resposta do agogô o corpo é levado pela cadência, balançando no compasso vamos desenhando os traços da resistência, religiosidade e ancestralidade da nossa gente. Tocando o chão do passado, dançamos e cantamos para celebrar e reverenciar as forças que nos acompanham ao futuro. Não há mais chibata, surra no tronco ou altares destruídos. Mas temos algemas, e das piores. Dessas que machucam silenciosamente, veladas por uma sombra que ainda não conseguimos dissipar. Ainda!

O respeito à cultura mantém viva a herança de uma nação. A soberania das manifestações populares frente ao chamado 'mundo globalizado' não pode morrer. É para isso que nascemos e é por isso que nunca iremos morrer!


Confiram o vídeo da nossa apresentação com o Afoxé Akueran no XXXVI Encontro Cultural de Laranjeiras - SE.


Créditos para o canal techbuilderbrasil.


Axé a todos os nossos irmãos!
Deus é tudo acima de todas as coisas!
Olorum Colofé!