Um dia houve uma grande guerra entre as tribos.
Nessa guerra os soldados aprisionaram diversas moças.
Uma delas era uma virgem chamada Navezuarina.
Quando os jovens raptores levavam as moças aprisionadas,
Navezuarina invocou sua força mágica
e fez surgir um intensíssimo clarão.
O clarão cegou os guerreiros que levavam as prisioneiras.
Os soldados ficaram perambulando no mato, sem direção.
Como eles já nada enxergavam,
elas pensaram em fugir e voltar para sua aldeia.
Navezuarina, que é outro nome de Oxum,
pegou uma cuia e preparou uma poção com ervas.
Ela passou a mistura nos olhos dos guerreiros
e eles recobraram a visão.
Agradecidos, soltaram todas as prisioneiras.
Elas voltaram ao seu lar no país dos nagôs.
Navezuarina voltou para casa com as amigas,
voltou em companhia de Dantã e as outras.
Todas voltaram para sua aldeia,
onde são sacerdotisas da casa de Queviossô.
E elas andam juntas até hoje,
usando sempre roupas cor-de-rosa.
[Notas Bibliográficas e Comentários]
Transcrito do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi, publicado pela Cia das Letras, pág 326. Originalmente encontrado em Sérgio Ferretti, pesquisa de campo, São Luís, 1997. Narrado por Pai Jorge Itaci, chefe do terreiro mina de Iemanjá. Navezuarina, ou Navê, Dantã e Queviossô são voduns cultuados no tambor-de-mina.
Axé a todos os nossos irmãos!
Deus é tudo acima de todas as coisas!
Olorum Colofé!
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