sábado, 31 de julho de 2010

Iemanjá ajuda Olodumare na criação do mundo!



Olodumare-Olofim vivia só no Infinito,
cercado apenas de fogo, chamas e vapores,
onde quase nem podia caminhar.
Cansado desse seu universo tenebroso,
cansado de não ter com quem falar,
cansado de não ter com quem brigar,
decidiu pôr fim àquela situação.
Libertou as suas forças e a violência
delas fez jorrar uma tormenta de águas.
As águas debateram-se com rochas que nasciam
e abriram no chão profundas e grandes cavidades.
A água encheu as fendas ocas,
fazendo-se os mares e oceanos,
em cujas profundezas Olocum foi habitar.
Do que sobrou da inundação se fez a terra.
Na superfície do mar, junto à terra,
ali tomou seu reino Iemanjá,
com suas algas e estrelas-do-mar,
peixes, corais, conhchas, madrepérolas.
Ali nasceu Iemanjá em prata e azul, coroada pelo arco-íris Oxumarê.
Olodumare e Iemanjá, a mãe dos orixás,
dominaram o fogo no mundo da Terra[e o entregaram ao poder de Aganju, o mestre dos vulcões,
por onde ainda respira o fogo aprisionado.
O fogo que se consumia na superfície do mundo eles apagaram
e com suas cinzas Orixá Ocô fertilizou os campos,
propiciando
o nascimento das ervas, frutos,
árovres, bosques, florestas,
que foram dados aos cuidados de Ossaim.
Nos lugares onde as cinzas foram escassas,
nasceram os pântanos e nos pântanos, a peste,
que foi doada pela mãe dos orixás ao filho Omulu.
Iemanjá encantou-se com a Terra
e a enfeitou com rios, cascatas e lagoas.
Assim surgiu Oxum, dana das águas doces.
Quando tudo estava feito
e cada natureza se encontrava na posse de um dos filhos de Iemanjá,
Obatalá, respondendo diretamente às ordens de Olorum,
criou o ser humano.
E o ser humano povoou a Terra.
E os orixás pelos humanos foram celebrados.

[Notas Bibliográficas e Comentários]

Transcrito do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prando publicado pela Cia das Letras, Págs 380-381. Originalmente transcrito de de Natalia Aróstegui, 1994 (b), pp.8-10.

Axé a todos os nossos irmãos!
Deus é tudo acima de todas as coisas!
Olorum Colofé!

2 comentários:

  1. Apesar da honestidade do proprietario do blog ao informar:

    " transcrito de ... originalmente transcrito de ..."

    Este é o problema dos livros e também da Internet.

    Ninguém sabe da cabeça de quem saiu a história,

    mas todos vão copiando.

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    Respostas
    1. Luiz, a tradição afrobrasileira é oracular, passada de pai para filho desde sempre. Ninguém que lá viveu está aqui hoje para dizer que não é verdade, logo, quem diz que a história é falsa, também não tem como provar.
      Axé e Paz!

      Excluir

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