terça-feira, 26 de outubro de 2010

Yaônilé por quem assistiu. #7 | Anônimo

Lembram da nossa apresentação na Faculdade Amadeus? O comentário que se segue não é apenas uma simples opinião. O comentário principal é seguido de dois outros: as respostas da Gisélia, coordenadora do Curso de Administração e e do Anderson Costa, mediador do convite à apresentação e admirador do Yaônilé.
Acompanhem.


Em 12 de Outubro de 2010, às 1:28, Anônimo escreveu:

Gisélia,

Quero aqui expressar minha decepção e revolta para com este Café Filosófico, primeiro o desrespeito com aluno tendo mais de 50 minutos de atraso, depois uma apresentação paralela que dura o dobro* de tempo da principal, independente de religião ou crenças é preciso saber selecionar apresentações neutras que não ferem princípios e valores, não só eu porém vários alunos sairam revoltados de um Café Filosófico mesquinho e inútil.

Em 13 de Outubro de 2010, às 01:16:42, Gisélia escreveu:

Prezado(a).....

Desculpe não referir-me ao seu nome porque vc não se identificou, o que lamento profundamente, e sei que este não é o pensamento do todos os alunos do 5º periodo de Administração..

Inicialmente, gostaria de informar que a apresentação de dança afro, demorou mais do que o previsto e isso não era o combinado*. Foi um imprevisto, que pode ocorrer em qualquer evento.

Quanto à seleção da apresentação, tenho a informar que, para pessoas que admiram cultura e conhecimento, independente de credo ou preconceitos, a apresentação artística foi aplaudida e agradou a muitos. Lembre-se sempre deste pensamento "Não sei a receita do sucesso, mas, agradar a todo mundo é a receita do fracasso".

Tenha certeza de que em nenhum momento, a apresentação teve a intenção de ferir princípios e valores até porque este é o primeiro valor do Grupo AMADEUS.

Quanto à sua classificação "mesquinho e inútil" , prefiro desconsiderar e te convidar para uma conversa na Coordenação do Curso.

Entretanto, respeito as suas considerações porque, como dizia Henri Frederic Amiel, filósofo francês "A bondade é o pricípio do tato e o respeito pelos outros é a primeira condição para saber viver."

Atenciosamente,

Profª. M.Sc. Gisélia Varela
Coordenadora do Curso de Administração
FAMA - Faculdade Amadeus
(79) 2105-2036


Em 26 de Outubro de 2010, às 03:53:21, Anderson escreveu:

Boa noite caros Colegas!

Devido a compromissos laborais estive ausente das aulas por 10 dias. Fico muito surpreso e espantado com tamanho comentário.

O Brasil é uma país multicultural e trazer parte das cultura a um evento chamado "Café Filosófico", ao meu ponto de vista não seria desrespeito. Como a Gisélia já falou, a apresentação foi sim além do programado*. Mas, essa não é a primeira vez que lidamos com atrasos em eventos.

O comentário do(a) colega anônimo(a) faz referência a "ferir princípios e valores". Em momento algum recordo-me de o grupo impor nemhum tipo de crença. Foi apenas uma apresentação teatral baseada na cultura afro. Para mim, parace absurda a idéia de que um(a) aluno(a) em formação superior não consiga discernir sobre isso.

Bem, talvez eu seja suspeito para falar sobre o grupo. Afinal, admiro (asim como muitas pessoas admiraram) o trabalho desenvolvido pelo grupo Yaôliné e ajudei/mediei a sua apresentação no evento. Mas, a quem interessar, o grupo vem desenvolvendo ao longo de 01 ano de existência um belo e reconhecido trabalho de preservação e exaltação da cultura negra. Já se apresentou em projetos de extensão da Universidade Tiradentes, na Polícia Militar, em eventos culturais, etc. Pesquisem, caso tenham interesse.

Enfim, os aplausos direcionados ao grupo ao fim da apresentação falam por si. Caso existissem tantos alunos ofendidos/revoltados, isto não teria ocorrido. E lembrem-se: na história humana, sempre que se acreditou haver apenas um credo, uma verdade, uma cultura, valores e princípios incontestáveis; foi quando registramos os maiores genocídios, desrespeito ao ser humano e privação da liberdade. 

Acreditem na diferença e respeitem a todos!

Anderson Costa
5º ADM

Posição Oficial do Yaônilé

É difícil acatar a crítica de quem não se identifica da mesma forma que é impossível ignorá-la. O Yaônilé, enquanto Cia de Dança Afro, não tem a intenção de vender ideologias, nós oferecemos cultura e conhecimento. Quem de fato se interessa em obtê-lo não se oporia a ele, muito menos iria repudiá-lo.

Na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, na qual todos os cidadãos tenham a possibilidade de expressar sua arte sem serem atacados direta ou indiretamente, nós queremos ser referência e, para isso, não nos deteremos frente ao preconceito e à alienação de quem, no mínimo, não tem a hombridade de assumir publicamente a sua opinião. 

Temos o respaldo de sermos, apesar da tenra idade, um dos grupos mais admirados da cidade por vários motivos. Temos a chancela de qualidade que só as mais de 10 mil pessoas que já nos assistiram conseguem assegurar. Trabalhamos com dedicação, afinco e amor. Semeamos a arte em favor da disseminação do respeito, da igualdade e da soberania da paz, para que essa densa névoa de preconceito se dissipe de nossa sociedade. Leiam o que o Mestre Fernando Lins afirmou sobre essa apresentação.

Princípios e valores são feridos quando as pessoas deixam de respeitá-los. E é sempre bom lembrar que preconceito continua sendo crime.

Obs.: O Yaônilé apresentou uma coreografia ininterrupta de 39'11'' seguindo o acordo que estipulava o prazo de 40'. Registros em áudio comprovam.

Axé a todos os nossos irmãos!
Deus é tudo acima de todas as coisas!
Olorum Colofé!

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