sábado, 16 de outubro de 2010

Besouro, O Filme


Um filme brasileiro de aventura, ação, misticismo e paixão, com a história de um mito da capoeira como pano de fundo, além de ter a cara, a cor, o sotaque e a gente da Bahia. A superprodução brasileira foi orçada em R$ 10 milhões e chama a atenção pelo fato de ser um filme de ação nacional, algo que o Brasil está pouco acostumado a fazer. Nome já conhecido de quem conhece a cultura da capoeira, presente em várias das suas ladainhas, Manoel Henrique Porteira, o Besouro, nasceu em 1897, em Santo Amaro - Recôncavo Baiano, e ganhou fama por ser um exímio capoeirista, além de sua postura nada subserviente em um Brasil ainda com fortes resquícios da época da escravidão. Um herói para o povo negro da época.






O filme é rico em história da capoeira, da resistência dos negros, do candomblé, conta uma parte da grande luta dos negros na valorização da sua etnia e cultura, a religiosidade afro-brasileira sem preconceitos, com respeito e reverência. No filme, os orixás são belos e nada tem a ver com os estereótipos preconceituosos que marcaram boa parte das abordagens realizadas até aqui pela cinematografia. A presença mágica dos orixás junto com as imagens da cidade de Igatu (BA) leva para o filme o que a Bahia tem de melhor, beleza, cultura e religiosidade. A fotografia do filme, feita pelo equatoriano Enrique Chediak, é perfeita, desde as lutas de capoeira até o besouro voando entre as barracas na feira. 


Besouro não é um filme para se ver como outros. O longa metragem de João Daniel Tikhomiroff nem precisava contar com sua bela direção de arte e com a atuação cheia de brilho de jovens atores – como Jéssica Barbosa – para se tornar memorável. O filme é um marco – símbolo de um país que começa a reencontrar-se com sua história. É isto o que faz de “Besouro” um dos mais importantes produtos da indústria cinematográfica brasileira nos últimos tempos. O filme baseado no livro Feijoada no Paraíso, de Marco Carvalho, contou com um orçamento nada modesto para os padrões brasileiros. E, desta forma, pôde lançar mão de recursos dignos de uma grande produção. O chinês Huen Chiu Ku – que trabalhou em filmes como Matrix, O Tigre e o Dragão e Kill Bill – foi o responsável pela coreografia das lutas registradas no filme. O herói negro salta, voa e é forte como qualquer herói de Hollywood. 


Finalmente o negro brasileiro chega às telas de cinema como herói, e não como bandido, vilão ou jogador de futebol.  “Besouro” não é um filme para ser apenas assistido, “Besouro” deve ser comemorado.

Para saber mais sobre Besouro acesse o Site Oficial.
Download do Jogo de Cartas Besouro (Brinde)
Canal Besouro no Youtube

Axé a todos os nossos irmãos!
Deus é tudo acima de todas as coisas!
Olorum Colofé!

Um comentário:

  1. Filme muito bom, orgulho de ser brasileiro e mestiço.

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