Oxumarê era um babalaô que atendia o rei de Ifé.
Porém não era um homem de fama,
não tinha riquezas nem poder.
Sentia-se humilhado, como humilhado vivera seu pai,
conhecido pelo nome de Senhor-Do-Xale-Colorido.
Oxumarê estava triste e foi consultar um advinho.
Ele ensinou-lhe um ritual para tornar-se rico e poderoso.
Deveria oferecer uma faca de bronze e quatro pombos,
bem como oferecer búzios em boa quantidade.
Oxumarê, obediente, pôs-se a fazer a oferenda,
mas, nessa mesma hora, o rei mandou chamá-lo.
Oxumarê recusou-se a atender à ordem,
dizendo que iria depois de terminada a cerimônia.
O rei ficou enfurecido com a ousadia
e deixou de pagar uma dívida a Oxumarê.
Quando Oxumarê retornou à sua casa,
recebeu um chamado de Olocum, rainha de um país vizinho,
que necessitava de sua sabedoria para a cura de seu filho.
Ifá foi consultado por Oxumarê,
que fez as oferendas necessárias
e curou o filho de Olocum.
Em gratidão ela ofereceu-lhe riquezas,
cavalos, escravos e um lindo pano azul.
Retornando à casa com um inestimável tesouro,
Oxumarê foi saudar o rei, que muito se admirou
ao ver a opulência do babalaô antes tão pobre.
Quis saber sobre os presentes recebidos.
Oxumarê contou da cura do filho de Olocum.
O rei, que tinha uma rivalidade nata com quem quer que fosse,
não queria ficar abaixo de Olocum.
Então ofereceu a Oxumarê uma roupa vermelha muito preciosa
e muitos e muitos outros presentes.
Foi assim que Oxumarê tornou-se rico e respeitado.
[Notas Bibliográficas e Comentários]
Transcrito do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi publicado pela Cia das Letras, Págs 225-6. Originalmente transcrito de Pierre Verger, 1980, p. 295; Verger 1981 (a), p.206; Verger, 1985, p.56.
Axé a todos os nossos irmãos!
Deus é tudo acima de todas as coisas!
Olorum Colofé!
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