Conta-se que Oxumarê não tinha simpatia pela Chuva.
Toda vez que ela reunia suas nuvens
e molhava a terra por muito tempo,
Oxumarê apontava para o céu ameaçadoramente
com sua faca de bronze
e fazia com que a Chuva desaparecesse, dando lugar ao arco-íris.
Um dia Olodumare contraiu uma doença que o cegou.
Chamou Oxumarê, que da cegueira o curou.
Olodumare temia, entretanto, perder de novo a visão
e não permitiu que Oxumarê voltasse à Terra para morar.
Para ter Oxumarê por perto, determinou que morasse com ele,
e que só de vez em quando viesse à Terra em visita, mas só em visita.
Enquanto Oxumarê não vem à Terra,
todos podem vê-lo no céu com sua faca de bronze,
sempre se fazendo no arco-íris para estancar a Chuva.
[Notas Bibliográficas e Comentários]
Transcrito do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi publicado pela Cia das Letras, Pág 224. Originalmente transcrito de Pierre Verger, 1985, p. 58. Noutra versão, Oxumarê cura a filha da rainha e esta, temendo que ele fosse embora, o prende no céu. Agenor Miranda Rocha, 1994, p. 176. Oxumarê é considerado o próprio arco-íris, mas também a cobra que faz um círculo e morde o próprio rabo.
Axé a todos os nossos irmãos!
Deus é tudo acima de todas as coisas!
Olorum Colofé!
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