Logum Edé era filho de Oxóssi com Oxum.
Era o príncipe do encanto e da magia.
Oxóssi e Oxum eram dois orixás muito vaidosos.
Orgulhosos, eles viviam às turras.
A vida do casal estava insuportável
e resolveram que era melhor se separar.
O filho ficaria metade do ano nas matas com Oxóssi
e a outra metade com Oxum no rio.
Com isso, Logum se tornou uma criança de personalidade dupla:
cresceu metade homem, metade mulher.
Oxum proibiu Logum Edé de brincar nas águas fundas,
pois os rios eram traiçoeiros para uma criança de sua idade.
Mas Logum era curioso e vaidoso como os pais.
Logum não obedecia à mãe.
Um dia Logum nadou rio adentro, para bem longe da margem.
Obá, dona do rio, para vingar-se de Oxum,
com quem mantinha antigas querelas,
começou a afogar Logum.
Oxum ficou desesperada
e pediu a Orunmilá que lhe salvasse o filho,
que a amparasse no seu desespero de mãe.
Orumilá, que sempre atendia à filha de Oxalá,
retirou o príncipe das águas traiçoeiras e o troxe salvo à terra.
Então deu-lhe a missão de proteger os pescadores
e a todos os que vivessem das águas doces.
Dizem que foi Oiá quem retirou Logun Edé da água
e terminou de criá-lo juntamente com Ogum.
[Notas Bibliográficas e Comentários]
Transcrito do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi publicado pela Cia das Letras, Págs 137-8. Originalmente transcrito de Rita de Cássia Amaral, pesquisa de campo, São Paulo, 1987.
Axé a todos os nossos irmãos!
Deus é tudo acima de todas as coisas!
Olorum Colofé!
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